EDUCAÇÃO SEXUAL NO SÉCULO XXI
O diálogo aberto sobre sexo com seu filho melhora com a ajuda do urologista.
A infância e adolescência são fases de mudanças. Não apenas nas características físicas, mas também em aspectos emocionais. Para o jovem, tudo é considerado novo e inesperado, significando incertezas e inseguranças. Portanto é fundamental acompanhar a reação do seu filho e sempre que possível se antecipar, para que ele atravesse esse período desafiador, sem traumas.
Como conseguir isso? Claro que não existem fórmulas mágicas, mas o primeiro passo é reconhecer a importância de estar disponível. Estabelecendo um canal de comunicação, permeado pelo diálogo amplo e irrestrito, seu filho ficará seguro.
Como as reações são individuais e muito espelhadas nas atitudes cotidianas, a forma como os pais encaram sucessos e fracassos, erros e acertos em diferentes tópicos, não devem ser distintas quando o assunto é sexualidade.
Os pais precisam conversar sobre todos os assuntos com os filhos, sem barreiras, preconceitos, estereótipos, medos ou vergonhas. Difícil em algumas situações, pois inevitavelmente existe um choque de gerações. O que era verdade quando os pais eram meninos e meninas já é passado. Tudo muda muito rápido hoje em dia. Mas é importante para os progenitores tentarem acompanhar o que está acontecendo na vida dos filhos e principalmente como as informações por meio de revistas, jornais, rádio, televisão e internet podem influenciar a sexualidade dos seus filhos. Estudos sugerem que a internet antecipou o primeiro contato dos meninos com a pornografia.
Você imagina as consequências de um garoto de 12 ou 13 anos assistindo um filme pornográfico? Como isso muda referências de sexualidade e pode repercutir negativamente na sua autoestima e na maneira como interage com as meninas? Nunca devemos permitir que nossos filhos tenham referências sobre sexualidade assimiladas ao acaso e baseadas na sorte, nem tampouco um início de vida sexual conturbado. Investir na educação do seu filho é, sobretudo, acreditar e se empenhar inclusive na educação sexual do jovem.
Você pode se perguntar: mas onde o urologista entra nessa história? O primeiro auxílio que o urologista pode oferecer é o conceito de normalidade. Questões por vezes complexas para os pais são o dia a dia do urologista como posição dos testículos, fimose, tamanho do pênis e tantas outras que invariavelmente norteiam a cabeça de homens sempre focados na preparação do filho para se tornar um homem completo.
O médico ajuda no conhecimento da saúde sexual da criança, para que qualquer anormalidade significativa receba o diagnóstico preciso e a orientação médica adequada. Testículos fora da bolsa escrotal após o nascimento merecem correção imediata. Presenças de hérnias inguinais e aumento do volume da bolsa escrotal (hidrocele) também. Alterações da uretra e do próprio pênis devem ser examinados por um urologista, pois a presença das chamadas hipospadias podem apontar para a concomitância com alterações renais congênitas.
Desde uma simples fimose ou “excesso de prepúcio” (termo que inexiste no conceito médico), a desinformação pode afetar negativamente o início da atividade sexual do jovem.
Uma varicocele não identificada na puberdade pode gerar atrofia testicular e infertilidade na vida adulta.
Além disso, esse contato precoce com o urologista pode servir de exemplo para a medicina preventiva, tão valorizada e praticada pelas meninas desde a primeira menstruação. Aprender a fazer o autoexame dos testículos vai ajudar seu filho pelo resto de sua vida.Portanto, assim como a mulher leva sua filha ao ginecologista, o homem deve levar o adolescente ao urologista para receber a orientação adequada. Quando? Assim que ele afirma ou deixa claro que já não é mais uma criança para ir a o pediatra. Geralmente por volta dos 12 ou 13 anos.
Esse início idealmente deve anteceder a puberdade. Porque exatamente no início da adolescência ocorrem as principais transformações. Tudo muda: pele fica oleosa, a voz engrossa, surgem pelos no rosto e no púbis, sendo uma fase mais delicada. Além disso, algumas patologias tem melhor evolução quando identificadas antes da puberdade. Por exemplo: nas situações denominadas micropênis (diferente da conhecida percepção paterna de que o garoto tem pênis pequeno) a abordagem terapêutica é mais efetiva nesta etapa.
O jovem precisa aprender a conhecer o seu corpo, incluindo seu órgão genital. O pai deve ensinar ao filho como aprender a fazer a palpação dos testículos durante o banho. Assim ele vai saber o que é normal e perceber alterações com mais facilidade. Veias dilatadas na bolsa escrotal podem significar varicocele. A forma de retrair o prepúcio, higienizar o pênis e valorizar mudanças de coloração da glande requerem uma orientação médica adequada. Por mais que os pais sejam modernos, abertos e disponíveis para o diálogo precisam de ajuda em assuntos tão específicos.
É preciso entender que o uso do preservativo é a única maneira segura de prevenir a gravidez indesejada e as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Quando o rapaz compreende a importância do sexo seguro ele constrói uma base sólida para incorporar essa atitude o mais cedo possível em sua vida sexual. Pois sabemos que os meninos estão iniciando a vida sexual cada vez mais cedo e muitas vezes os pais nem desconfiam disso.
É preciso ter uma conversa franca e aberta com seus filhos, também quando o assunto é sexo! Difícil? Impossível? Busque a ajuda do urologista. Ensinar ao seu filho a importância e como colocar o preservativo, o que é a relação sexual, o que significa orgasmo, ejaculação, desmistificar a masturbação, e principalmente: alertar sobre uma gravidez precoce! A oportunidade para fazer sexo pode aparecer em qualquer momento e se ele não tiver noção do que é importante certamente o risco será maior.
Neste sentido, mesmo no contexto de mudanças na sociedade, casamentos que não duram tanto e pais com mais idade que não tem tempo para nada, o comportamento de harmonia entre pais e filhos, a proximidade, disponibilidade, parceria e o amor incondicional devem reger essa relação, também aqui, neste momento de grande relevância para a sexualidade do adolescente.
Conte com seu urologista!
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